Considerados por muitos como espaços preferencialmente masculinos, os estádios de futebol e as torcidas organizadas são locais em que a participação das mulheres vem aumentando nos últimos anos. No entanto, ainda há um longo caminho à frente para que a presença feminina seja aceita sem restrições. Para a gerente financeira Ivani de Souza Medrado, 52 anos, sócia da torcida organizada do Corinthians “Gaviões da Fiel” desde 1976, o futebol e tudo que o cerca ainda é machista. Ela diz que na época em que começou a frequentar os estádios e a torcida organizada o número de mulheres envolvidas com o esporte era escasso: “Eram poucas. O futebol era e é até hoje totalmente machista! ”. Ivani revela que em uma conversa com Flávio La Selva, fundador da Gaviões da Fiel, ela o questionou sobre a presença de mulheres nas arquibancadas. De acordo com ela, Flávio respondeu: “O torcedor corintiano não tem sexo, tem alma e coração”. Isso serviu de incentivo para que ela passasse a frequentar a se
O futebol feminino ainda luta para conquistar espaço em nosso país e vencer o preconceito. Embora muitos avanços já tenham sido obtidos, entre os quais a recente aprovação de uma lei que determina a criação de equipes femininas desse esporte em todos os grandes clubes, há muito para ser feito nessa área. Nesse sentido, algumas iniciativas promissoras vêm sendo colocadas em prática. Segundo Antônio Carlos Campanha, dono e professor de Educação Física da escola América Futebol Society, em Santo André, o futebol é o esporte por excelência do brasileiro, porém, ainda existe um enorme preconceito quando se trata de futebol feminino. Ele diz que enfrentou muitas dificuldades para conseguir formar uma equipe de meninas em sua escola e que no começo foi muito difícil. O professor explica que muitas vezes o incentivo parte somente depois de uma certa idade, e até hoje ele só consegue jogadoras com idade superior a 15 anos, o que dificulta a formação de novas atletas. O sócio da América